terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Materializações intangíveis

Os anos se passaram e descobri que podemos perder muito tempo com as pessoas inseguras de nossa sociedade. Isso, então, fez-me entender uma máxima antiga de Sartre: - O inferno são os Outros!
Essas pessoas transferem os seus medos, as suas raivas para os nossos corações e deixam conosco um peso que não devemos carregar.
No entanto, a nossa complacência para com elas não nos ajuda a exergar que só a vida pode auxiliá-las a entender outra velha máxima de que "amar a si mesmo" é amar ao Outro.
Daí erramos ao absorver tais defeitos alheios, porque nascemos como "leões" diante de nós mesmos. Entendi um pouco tal fato por ter coragem de enfrentar os obstáculos da vida.
Assim, encontrei todo o tipo de pessoas que se escondiam por detrás de máscaras sociais. Essas não estavam prontas para viver em torno de algo impossível de se definir: O eu.
Os grandes escritores ou as grandes personalidades eram seguros de sua "existência". Isso faz um humano ter consciência de seu papel "inconsciente" no inaudito espetáculo da vivência.
Falei para um amigo, certa vez, que deprezo qualquer tipo de ismo. Pois, do socialismo ao feminismo, vi pessoas se perderem em si mesmas.
E, quando me perguntam o que sou, digo: - Sou o Rômulo. Postura que assusta a todos que esperam uma resposta a mais.
Não. Não acredito que alguém possa ser conhecido por seu ofício ou por outras qualificações. Somos muito mais do que os nossos olhos possam ver.
Pois ter personalidade requer assumir o compromisso com os nossos atos nesse grande Universo em que vivemos. O que nos confere o status de pessoas.
Seres humanos com as suas virtudes ou vícios, mas que respeitam as diferenças daqueles com quem convivem. E, infelizmente, são poucos os que têm segurança sobre isso.
Então, somam-se os problemas, os preconceitos e a "indiferença" social. Ou seja, alguns acreditam conhecer o próximo por conjecturas sociais.
Quando, na verdade, deve-se adotar uma postura que se fundamente em experiências próprias de convívio. O que reforça a obliteração do referente de que fala uma poesia de um amigo.
Por isso, luto para que as pessoas saibam compreender o que as palavras nunca irão dizer. Os sentimentos são caminhos árduos que levam às portas do ser. Afinal, compreendi que devemos destruir os limites humanos para alcançar a própria alma, sem precisarmos nos segurar em materializações intangíveis.

3 comentários:

Anônimo disse...

por esse e outros motivos sou, no sentido laico da palavra, anti-materialista e, tento sempre desejar sempre o bem ao próximo; o problema é que em momentos de raiva sempre sai uma resposta ou uma fala que não corresponde ao que desejamos ser ou somos in re, enfim...sempre, sempre desejo o melhor para o próximo e cultive o anti-materialismo, pois odesapego leva à majoração da alma...
um abraço de seu mais recente amigo e apreciador de suas letras;
F. Raine

Rômulo Souza disse...

Muito grato por seu comentário. Bom...quanto a ser anti-materialista, prefiro ser eu mesmo. Mas entendi o seu comentário..agora só estava brincando..hehe

um abraço

Obs.: O problema é que o capitalismo já caiu e levou todo mundo junto. Mas muita gente insiste em denfendê-lo contra a minoria "espiritual" como a gente. E esse zumbi ainda prersiste a sua jornada, porque ainda não se tocaram quanto à enfemeridade da matéria. Enfim, não culpo ninguém, mas acho perda de tempo não cultivar sentimentos eternos como o amor, a solidariedade e etc... Afinal, nenhum sentimento tem prazo de validade.

Solo Kestera disse...

Demorou mas ñ tardou hein? Vlw amigo