terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Da coragem..

Voltando aos poucos a postar. Uma parte dos textos de um livro que pretendo publicar um dia. Tem um tom sério, creio...Ah..podem falar o q quiser, mas cópia é crime...haha
Dois (Da coragem: o sentimento que brota do coração)


Vivemos numa sociedade de covardes. E não uso de metáforas nessa afirmativa. Escolhi, então, essa parte para falar de mais um fator grave em nossos dias. Ninguém está disposto a ouvir o coração em suas ações mais importantes. A coragem foi dizimada pela democracia do medo.
Aqui a hipocrisia ressurge, porque é mais fácil esquecer os seus próprios problemas do que enfrentá-los. Isso ocorre, chego a me arriscar nessa opinião, com todos os jovens desse século. Eles parecem introjetar a figura do Rui de que narrei em outra obra.
Fomos vítimas sempre da covardia do Ocidente. Teremos, desse modo, que observar o que “eles” não querem ver. Ou mesmo, obrigam-nos a não enxergar. Para isso, coloque-se numa posição de questionamento.
Onde estariam os grandes símbolos desse século? Teríamos alguma referência? Ainda há espaço para o romantismo? E uma simples resposta surge: Não. Por isso, discursarei sobre o que proponho aqui.
Primeiramente, olho triste para o quadro inicial. Se, no século passado, ainda tínhamos Drummond e Clarice, hoje vemos resistências como o Affonso Romano (que não sei se estará vivo quando publicar esse livro). Ah..a imortalidade é a que importa! Não..nem isso mais.
Nenhum escritor, professor, ou agente social, toma para si a responsabilidade de transmitir consciência. Isso, no mínimo, já acabaria com a escassez de referências em nossa sociedade. E se, em outros séculos, sofreram com grandes pensadores, imagine o que acontece com um mundo sem pai! Até mesmo o criador do nosso Universo não tem vez nessa senzala material.
Por outro lado, os que sonham são ridiculariados. Também se tornou comum a ridicularização do Romantismo como um epíteto negativo a eles. Não entendi, por minha vez, essa estranha associação com o movimento literário mais corajoso de todos os séculos.
Pelo que entendo desse movimento, os românticos não são frágeis melosos como a sociedade insiste em dizer nos dias atuais. Todos, desse século, banalizaram o sofrimento, o amor e todos os sentimentos que advém do coração. Um músculo que, bem cuidado, é capaz de transformar a vida das pessoas de todo o mundo.
Hoje, não existe o amor à primeira vista e se declarar para alguém é uma atitude vã. Todos acreditam somente no concreto e na felicidade. Mas esquecem que um ser humano também evolue com o abstrato e com a tristeza.
Lembre-se do dia em que passou chorando a noite toda. O seu coração se apertou demais, enquanto as péssimas lembranças lhe causavam dor. Entretanto, no outro dia, já procurava, de alguma forma, pensar sobre tudo com um olhar mais crítico. Certamente, iria conversar com alguém sobre o problema ou tentar resolver isso sozinho.
E, por mais que o processo tivesse sido dolorido, você acorda renovado no dia seguinte por fazer a experiência. O que aconteceu então? Você, sem perceber, alimentou os sentimentos provenientes do coração.
A sociedade atual faz o inverso. Ninguém pode chorar! O ser humano virou um máquina de sorrisos que não pode sofrer. Insacia-se com a felicidade até não querer pensar. Pois a felicidade é o ópio de nosso tempo. Não que ela seja negativa, mas com ela deixamos de viver a realidade em sua íntegra.
E, para tal feito, precisamos do fruto daquelas noites mal dormidas: A Coragem! O homem corajoso parece não ter medo dessa assustadora democracia. Sabe lidar com as suas ânsias, embora não seja perfeito. Afinal, o ser humano perfeito nunca existiu.

Trecho da obra: O livro secreto: Algumas reflexões sobre o que a Sociedade não quer refletir. Em prelo.

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