sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Eu que de tudo sabo


Eu sei o segredo de todas as resposta e as respostas para todos os gracejos. Sei as metas de todos objetivos e os crimes para qualquer castigo. Conheço a gama extendida de rumores ainda não desacreditados e o motivo de todos os ditados. Além das paisagens mais longínquas e os amores mais tolos eu também vi todos os enredos, todos os rolos.
Quero que alguém diga e prove, sabe mais que eu, mas terá também que mostrar com isso tendo já prescrito, sabe no mínimo tudo que já sei. Então diga quantas bocas já ressaltei e quantos males já provoquei e antes de tudo, quantos amores já desperdicei!

Somando

Teoria da problemática: Capítulo I

Todo problema é um prejuízo, causado por alguém ou algo em situações diversas que não alteram o fato principal: todo problema pode, de algum modo mesmo que ilógico, ser resolvido.
Toda resolução de um problema é uma receita, uma geração de capital, ou seja, lucro. E nada altera a multiplicação de valores como a transformação de prejuízo em lucro do problema a resolução. Chega a ser mais simples que oxigênio para carbono.
O fato da resolução do problema acarreta em cerca de 200% a 300% seu valor de prejuízo para lucro e isso pode animar qualquer pessoa. Portanto querendo obter qualquer quantia, seja ela monetária ou não, procure resolver problemas pois pessoas que resolvem problemas são recompensadas e pessoas que resolvem grandes problemas são ainda mais recompensadas, além de lembrar que pessoas que resolvem problemas freqüentemente são freqüentemente recompensadas.

Fim.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Da coragem..

Voltando aos poucos a postar. Uma parte dos textos de um livro que pretendo publicar um dia. Tem um tom sério, creio...Ah..podem falar o q quiser, mas cópia é crime...haha
Dois (Da coragem: o sentimento que brota do coração)


Vivemos numa sociedade de covardes. E não uso de metáforas nessa afirmativa. Escolhi, então, essa parte para falar de mais um fator grave em nossos dias. Ninguém está disposto a ouvir o coração em suas ações mais importantes. A coragem foi dizimada pela democracia do medo.
Aqui a hipocrisia ressurge, porque é mais fácil esquecer os seus próprios problemas do que enfrentá-los. Isso ocorre, chego a me arriscar nessa opinião, com todos os jovens desse século. Eles parecem introjetar a figura do Rui de que narrei em outra obra.
Fomos vítimas sempre da covardia do Ocidente. Teremos, desse modo, que observar o que “eles” não querem ver. Ou mesmo, obrigam-nos a não enxergar. Para isso, coloque-se numa posição de questionamento.
Onde estariam os grandes símbolos desse século? Teríamos alguma referência? Ainda há espaço para o romantismo? E uma simples resposta surge: Não. Por isso, discursarei sobre o que proponho aqui.
Primeiramente, olho triste para o quadro inicial. Se, no século passado, ainda tínhamos Drummond e Clarice, hoje vemos resistências como o Affonso Romano (que não sei se estará vivo quando publicar esse livro). Ah..a imortalidade é a que importa! Não..nem isso mais.
Nenhum escritor, professor, ou agente social, toma para si a responsabilidade de transmitir consciência. Isso, no mínimo, já acabaria com a escassez de referências em nossa sociedade. E se, em outros séculos, sofreram com grandes pensadores, imagine o que acontece com um mundo sem pai! Até mesmo o criador do nosso Universo não tem vez nessa senzala material.
Por outro lado, os que sonham são ridiculariados. Também se tornou comum a ridicularização do Romantismo como um epíteto negativo a eles. Não entendi, por minha vez, essa estranha associação com o movimento literário mais corajoso de todos os séculos.
Pelo que entendo desse movimento, os românticos não são frágeis melosos como a sociedade insiste em dizer nos dias atuais. Todos, desse século, banalizaram o sofrimento, o amor e todos os sentimentos que advém do coração. Um músculo que, bem cuidado, é capaz de transformar a vida das pessoas de todo o mundo.
Hoje, não existe o amor à primeira vista e se declarar para alguém é uma atitude vã. Todos acreditam somente no concreto e na felicidade. Mas esquecem que um ser humano também evolue com o abstrato e com a tristeza.
Lembre-se do dia em que passou chorando a noite toda. O seu coração se apertou demais, enquanto as péssimas lembranças lhe causavam dor. Entretanto, no outro dia, já procurava, de alguma forma, pensar sobre tudo com um olhar mais crítico. Certamente, iria conversar com alguém sobre o problema ou tentar resolver isso sozinho.
E, por mais que o processo tivesse sido dolorido, você acorda renovado no dia seguinte por fazer a experiência. O que aconteceu então? Você, sem perceber, alimentou os sentimentos provenientes do coração.
A sociedade atual faz o inverso. Ninguém pode chorar! O ser humano virou um máquina de sorrisos que não pode sofrer. Insacia-se com a felicidade até não querer pensar. Pois a felicidade é o ópio de nosso tempo. Não que ela seja negativa, mas com ela deixamos de viver a realidade em sua íntegra.
E, para tal feito, precisamos do fruto daquelas noites mal dormidas: A Coragem! O homem corajoso parece não ter medo dessa assustadora democracia. Sabe lidar com as suas ânsias, embora não seja perfeito. Afinal, o ser humano perfeito nunca existiu.

Trecho da obra: O livro secreto: Algumas reflexões sobre o que a Sociedade não quer refletir. Em prelo.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

mor-te

Algumas coisas não têm explicação. Muitas coisas não têm explicação. Não que as pessoas não desejem objetiva-las ou simplesmente pensar sobre elas. (Porque pensar sobre elas já é dar sentido a essas coisas). Mas é que certas coisas são legitimadas. Abel, meu amigo, conseguiu o suicídio. Porque suicídio não é coisa que se tente, é coisa que se consiga, oras. O suicidio é legítimo. Quem se mata deixa carta por puro modismo. Porque suicídio não exige carta. A carta é para amenizar a dor de quem fica? Talvez. Mas morte é para doer. Se morte fosse coisa atoa ninguém ficaria prostrado diante dela. Morte é coisa séria. Principalmente pra quem vai. Mas eu sei lá se quem fica é quem vai. Se quem vai ainda não foi. Sei lá. Eu sei pouca coisa dessa vida. Amém.

Quando me disseram que Abel era morto eu só consegui pensar na carta que eu não mandei a ele e na poesia que começava a se formar na minha cabeça. A poesia que eu não escrevi, como a carta que não mandei. Eu também não sei porque não escrevi o poema. Talvez porque a poesia maior já estava feita desde a primeira vez que confidenciamos cigarros, Abel e eu. E porque escrever pra quem morreu é chato. É como o poema que fiz para o meu pai: só fui escrever ao velho depois de morto. Quando cheguei em casa e vi o corpo dele na sala, no lugar onde ficava o sofá. Naquele dia eu escrevi. E depois de escrever eu chorei. Para o Abel eu só chorei. Talvez porque não vi seu corpo.

A minha professora de Psicologia e Comunicação me disse que nosso quarto é o reflexo de como somos. Eu não sei como era o quarto do Abel. Mas a alma eu sei. Estava lá. A gente via. Mas me impreciona sempre quem tem coragem de se matar. Mas coragem a gente tem que ter mesmo é para viver. Morrer parece ser coisa fácil. Vai saber, nunca morri. A pessoa dar um tiro na cabeça e morrer, assim. Tem que ter o dom pra coisa, eu acho. Eu não tenho muita coragem pra viver nem pra morrer. Então eu vou, simplesmente. Vendo gente morta e gente viva. E nisso eu vou até aprendendo a viver. Porque viver é coisa que se aprende, eu acho.

No fundo eu queria era escrever sem tristeza. Abel era menino triste. Agora Abel é menino morto. Mas não aqui. Comigo não é assim. Mas eu gosto de gente que parece ser uma coisa e é outra. Assim como Bukowski nunca foi Beatnik; Bandeira nunca foi Modernista; e Abel nunca foi homem completo. Mas Bukowski e Bandeira foram maior que essas gerações. Por isso não fizeram parte delas, embora tenham as influenciado muito.

É isso. Um texto sem firulas. Porque firula não combina com morte. Com a morte é outra coisa.

Bulling..

Escrevi esse texto durante o carnaval..é mole? Foi para o pessoal do Escola aberta. Em breve, o grupo irá divulgar esse assunto..






Bulling: Mexer é sensibilizar o Outro



Você sabe o que é Bulling? Eu também não. Mas isso não me dá o direito de mexer com o Outro como bem quiser. E é dessa forma que comecei a entender esse assunto após ler alguns artigos na net e lembrar de um conto, que li certa vez, de Rubem Fonseca.1 Assim, devemos “bulir” no seu pensamento para entendermos um pouco dessa questão.
Por isso, comecei esse texto da mesma forma em que todos começam e terminá-lo de outra forma só depende de mim, não? Também tenho a certeza de que não. Não posso ignorar você que me lê ansioso para saber o desfecho.
Você é o “Outro” do conto de Rubem Fonseca. Estranho a mim. Mas você não teria o mesmo fim dele. Quero mexer de forma positiva com aquele que, no contexto ou situação apresentados, é diferente de mim.
E isso não costuma acontecer assim na maioria dos casos do bulling. Todos os “bulinadores” usam da diferença como algo negativo para depreciar o Outro. Aquele que todos rejeitam por não fazer parte do grupo. Em outras palavras, aquele que não é igual.
Usei a palavra “bulir” para amenizar a gravidade desse assunto que envolve pessoas que ficaram traumatizadas por uma vida inteira.2
Fui ao dicionário de inglês/português e comparei ao termo encontrado no dicionário brasileiro.3 Aí percebi que a nossa tradução não expõe a realidade do problema e está longe de “mexer” com a sensibilidade do Outro.
Pronto! Viu como mexi tanto no texto até encontrar o meu jeito de falar sobre o assunto? É...mas isso não aconteceu de um ato solitário.
Penso em você que me lê e em tudo que li. O que mostra a importância desse Outro, que ainda não conheço, mas com quem preciso dialogar. Afinal, a vida é assim. Os homens sempre mexem com o desconhecido. No entanto, precisamos ser sensíveis nesse momento para não ferir de forma drástica aquele que faz parte de nós.
E através do diálogo, dos debates e das construções de textos, vamos mexendo com as nossas experiências de vida e compartilhando com o Outro sentimentos, que poderiam ser destruídos antes de nascerem. Imaginem, então, como construriam esse texto sem todas as contribuições que recebi. Mexi e fui sensibilizado pelo Outro. Isso não deixa de ser um “bulling”.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Um texto interessante...

Às vezes, a internet nos reserva surpresas boas com textos muito interessantes. Gostei desse.. E como as minhas férias ainda são parciais..dá-lhe textos alemães e estudo pra concursos..ainda não tive tempo pra voltar a escrever por aqui. Enfim, o texto é bom e decidi postá-lo..haha


AMOR


Todos os dias morre um amor. Quase nunca percebemos, mas todos os dias morre um amor. Às vezes de forma lenta e gradativa, quase indolor, após anos e anos de rotina. Às vezes melodramaticamente, como nas piores novelas mexicanas, com direito a bate-bocas vexaminosos, capazes de acordar o mais surdo dos vizinhos. Morre em uma cama de motel ou em frente à televisão de domingo. Morre sem beijo antes de dormir, sem mãos dadas, sem olhares compreensivos, com gosto de lágrima nos lábios.Morre depois de telefonemas cada vez mais espaçados, cartas cada vez mais concisas, beijos que esfriam aos poucos. Morre da mais completa e letal inanição. Todos os dias morre um amor. Às vezes com uma explosão, quase sempre com um suspiro. Todos os dias morre um amor, embora nós, românticos mais na teoria que na prática, relutemos em admitir. Porque nada é mais dolorido do que a constatação de um fracasso. De saber que, mais uma vez, um amor morreu. Porque, por mais que não queiramos aprender, a vida sempre nos ensinaalguma coisa. E esta é a lição: amores morrem.Todos os dias um amor é assassinado. Com a adaga do tédio, a cicuta da indiferença, a forca do escárnio, a metralhadora da traição. A sacola de presentes devolvidos, os ponteiros tiquetaqueando no relógio, o silêncio insuportável depois de uma discussão: todo crime deixa evidências. Todos nós fomos assassinos um dia. Há aqueles que, como o Lee Harvey Oswald, se refugiam em salas de cinema vazias. Ou preferem se esconder debaixo da cama, ao lado do bicho papão. Outros confessam sua culpa em altos brados e fazem de pinico os ouvidos de infelizes garçons. Há aqueles que negam, veementemente, participação no crime e buscam por novas vítimas em salas de chat ou pistas de danceteria, sem dor ou remorso. Os mais periculosos aproveitam sua experiência de criminosos para escrever livros de auto-ajuda, com nomes paradoxais como "O Amor Inteligente" ou romances açucarados de banca de jornal, do tipo "A Paixão Tem Olhos Azuis", difundindo ao mundo ilusões fatais aos corações sem cicatrizes. Existem os amores que clamam por um tiro de misericórdia: corcéis feridos.Existem os amores-zumbis, aqueles que se recusam a admitir que morreram. São capazes de perdurar anos, mortos-vivos sobre a Terra teimando em resistir à base de camas separadas, beijos burocráticos, sexo sem tesão. Estes não querem ser sacrificados e, à semelhança dos zumbis hollywoodianos, também se alimentam de cérebros humanos e definharão até se tornarem laranjas chupadas. Existem os amores-vegetais, aqueles que vivem em permanente estado de letargia, comuns principalmente entre os amantes platônicos que recordarão até o fim de seus dias o sorriso daquela ruivinha da 4a. série ou entre fãs que até hoje suspiram em frente a um pôster do Elvis Presley (e pior, da fase havaiana). Mas titubeio em dizer que isso possa ser classificado como amor (Bah, isso não é amor. Amor vivido só do pescoço pra cima não é amor). Existem, por fim, os AMORES-FÊNIX. Aqueles que, apesar da luta diária pela sobrevivência, dos preconceitos da sociedade, das contas a pagar, da paixão que escasseia com o decorrer dos anos, da mesa-redonda no final de domingo, das calcinhas penduradas no chuveiro, das toalhas molhadas sobre a cama e das brigas que não levam a nada, ressuscitam das cinzas a cada fim de dia e perduram: teimosos, belos, cegos e intensos. Mas estes são raríssimos e há quem duvide de sua existência. Alguns os chamam de amores-unicórnio, porque são de uma beleza tão pura e rara que jamais poderiam ter existido, a não ser como lendas. E é esse amor que eu quero viver com você, PARA SEMPRE!!

( Texto "Pequeno Tratado sobre a Mortalidade do Amor" - autor: Alexandre Inagaki)