Allein olhava, pela janela de casa, a chuva lá fora. No final da rua, o Bar de Fausto reunia discussões sobre assuntos distintos, embora o dono estivesse fora da Realidade que importa em nosso país. Mas Joseph Allein tinha uma preocupação maior naquele momento. Era considerado como Fantasia para todos com quem convivia. Isso porque não abandonou os próprios princípios diante dos obstáculos que enfrentou durante a sua vida. E continuava “allein”...Por quê? Pensava, então, como viver entre a Realidade e a Fantasia. Por isso, ele se propôs a compartilhar a sua preocupação comigo.
Havia chegado cansado ao ínicio da rua, onde ele morava, mas fui persuadido a escrever por sua insistência. Segundo Joseph, esse problema já se infiltrou na vida de muitas pessoas em nossa Sociedade. Assim, o seu olhar pela janela era para encontrar alguém que não o deixasse sozinho nesse empreendimento.
A alcunha, que criei, caiu-lhe como uma luva. Pois, infelizmente, ninguém se interessaria pela história de José da Silva. Nomes estranhos são mais aceitos e se forem estrangeiros, melhor ainda. Aqui a Realidade não vale nada. Só a Fantasia da origem alemã do personagem consegue prender o leitor acostumado a fantasiar o real.
Mas o que preocupava mesmo, Allein? Talvez o leitor não acredite no verdadeiro motivo... A solidão atormentava aquele jovem que só seguiu, por muito tempo, o que a verdade convencionada aceitava. E isso não é tão complexo quanto parece. Afinal, esse modo de ver as coisas abstrai a ilusão naquilo em que os fatos apontam.
Tinha trabalho, estudo e “quase” tudo que uma pessoa pode obter da vida. Entretanto, sentia a falta de alguém para compartilhar aquilo. E o amor parecia lhe escapar sempre. Descobriu, aos poucos, que o destino havia lhe pregado um peça. A sua cara metade estava muito próxima, apesar de distante.
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